sábado, 29 de novembro de 2014

The Shallows, Nicholas Carr

Trago a pauta deste blog um livro que me impressionou e fez repensar os rumos da sociedade: The Shallows - What the Internet Is Doing To Our Brains, de Nicholas Carr (Os Superficiais - o que a internet está fazendo com nossos cérebros). O livro transformou minha relação com a tecnologia: uso, porém com cautela! Não é fácil encontrar este livro em português no Brasil. Mas há edições portuguesas que podem ser compradas pela internet... É, não dá para viver sem ela! Comprei em língua inglesa e valeu a pena. A indicação de leitura foi do  Mário Vargas Llosa no livro A Civilização do Espetáculo.

Livro: Os Superficiais – o que a internet está fazendo com nossos cérebros
Autor: Nicholas Carr
Sinopse: Em “Os Superficiais”, Nicholas Carr descreve como a internet está mudando o mundo, as nossas vidas e os nossos cérebros. Segundo Carr, a internet é ao mesmo tempo nosso servo e nosso amo e, para todos os benefícios que apresenta, haverá necessariamente um preço alto a pagar: uma diminuição da nossa capacidade de concentração e contemplação, tão necessária à produção do verdadeiro conhecimento.

Não se trata de um livro que pretende destruir a internet; apresenta, antes, uma reflexão sobre o peso cada vez maior que a tecnologia assume nas nossas vidas, e o modo perigoso com que vamos confiando tarefas humanas às máquinas, seja a do cálculo ou a da memória.
Tecnologia: use com parcimônia

O livro trata ainda de temas muito interessantes como o nascimento do alfabeto, os primeiros materiais onde se gravou a palavra escrita, o evento da cartografia e o aparecimento do relógio, o aparecimento da máquina de escrever, a prensa de Guttenberg, a descoberta do conceito de neuroplasticidade e a antecipação do computador por Alan Turning.

A internet, segundo Carr, ao aglutinar todas as tecnologias precursoras foi aos poucos nos tornando seus escravos, contrastando com o pouco tempo que dedicamos à leitura de materiais impressos, sejam jornais, revistas ou livros. O livro aborda ainda o advento dos dispositivos móveis de leitura como o Kindle, com a inclusão de hiperlinks nos texto e outras ferramentas que distraem o leitor, quebrando uma conquista intelectual da leitura solitária e contínua, tão necessária ao exercício do cérebro. Na internet, a leitura na diagonal sobrepõe-se à leitura profunda, e o conhecimento é alcançado a partir de fragmentos dispersos.
Leitura de livros: exercita o cérebro 

O Google, o revolucionário motor de busca, é apontado por Carr como uma ferramenta que aplica muitos dos princípios do Taylorismo: “No passado o homem estava primeiro. No futuro o sistema deve estar primeiro”.  Aquilo que Taylor imaginou para o trabalho manual, o Google aplica ao trabalho mental, criando um “negócio da distração” em que a inteligência passa a ser encarada como a excelência e rapidez no tratamento de dados, ao invés da observação e da contemplação.

Nicholas Carr partilha com o leitor seu afastamento de todo este aparato tecnológico: para escrever o livro foi viver em uma residência isolada, onde dispunha de uma velocidade de banda limitada; abdicou do telefone celular; cancelou a conta no twitter e fez uma pausa no facebook; desligou os feeds de notícias e desacelerou o programa de busca do correio eletrônico. “Os Superficiais” promove uma reflexão sobre o modo como nos deixamos guiar em demasia pelas tecnologias, fazendo com que as nossas mentes estejam mudando. É também um grande exemplo de como os livros – e a leitura profunda e impressa – nos estimulam verdadeiramente.  O livro faz repensar nossa relação com a tecnologia. E a pergunta que fica no ar em meio ao acelerado processo tecnológico que vivemos é: conseguiremos encontrar o ponto de equilíbrio que nos permita manter nossa humanidade? - adaptação do texto da RDB (ruadebaixo.com), por Adriana Aguiar Ribeiro